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“Minha escrita se dá quando minha mão se curva ao meu pensamento evocado por emoções e reflexões do mundo que se desvela à minha volta. Ao mesmo tempo que escrevo em antologias, compartilhando espaços de livros com diversos escritores, do meu silêncio outras escritas brotam, vencem a página em branco, sendo armazenadas na caixa – asas adormecidas”
O livro Quando o chão tremer… voe dá voz a um conjunto de poesias, crônicas e contos resultantes da submissão da palavra à minha batida cardíaca, derrotando a inércia, a indiferença entre os gêneros literários que me habitam. Escritas que em um amanhecer, com suas asas em movimento, sussurraram: ora de voar.
Iara Tonidandel
Iara Tonidandel nasceu em Porto Alegre, Brasil. É fotógrafa, escritora. Suas viagens pelos continentes americano, africano, asiático e oceânico, promoveram a associação de trabalho voluntário à fotografia e à escrita. Suas crônicas e poesias integram as antologias, Grão – imagens, palavras, eternidade (2021); Horas Íntimas (2021); Versão dos Fartos (2022); Mulheres Icrônicas (2022); As crônicas do chá (2022); 60 + A Voz dos Novos Tempos (2023). Uma foto de sua autoria ilustra um dos textos do livro Essencial (2024) lançado na 94ª Feira do Livro de Lisboa/Portugal.
Sem querer colocou sua máscara de gente do bem,
Sem querer observou tuas fragilidades,
Sem querer leu o discurso que te convenceria,
Sem querer fez o jogo de sedução,
Sem querer te convidou para celebrar,
Sem querer usou teu corpo,
Sem querer fez promessas pensando nunca cumprir,
Sem querer foi egoísta tal como de fato é,
Sem querer justificou suas falhas de caráter dizendo sempre ter dito a verdade,
Sem querer saiu proferindo mentiras, tipo, fica bem,
Sem querer no dia seguinte nem lembrou quem você é
…
Sem Querer (trecho)
Iara Tonidandel | 04/11/2020
“Iara é de água com ascendente em fogo e anuncia livro que brota da terra. (Me) falta o ar. Não. O ar é título, está na asa do pássaro e na difícil foto em voo ou no voo em foto? Está na alma esculpida no chão ou no chão que esculpe a alma? Estes são alguns dos in-versos diversos de uma Maria-Agnes-Ana-Violeta ou qualquer menina-mulher com nome de flor, também as sem nomes, as mães e as amantes. A santa e a pecadora original que ora esconde, ora revela, ora recebe, ora dá conselhos ao som de um blues, tomando um café em Ruanda, de botinas e a saia das cascas de um lápis de cor, sob a superlua azul de sangue. Andarilha voadora, cicatrizes nos joelhos, Iara reza e dança em torno da fogueira.”
trecho do Prefácio de
Maria Amélia Mano | Escritora
